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quinta-feira, 5 de abril de 2012



VARIEDADES CROMÁTICAS
DA FLOR



Variedades cromáticas são todos os tipos de combinações de cores que todo o conjunto floral pode apresentar, levando em conta a relação entre as cores do labelo, das pétalas e sépalas.










Típica ( ou Multiforme Tipo, no RGS)
A flor típica, em todas as suas nuances de cores, diversificando-se em rosa pálido até o mais escuro. As cores rosa pálido, rosa claro e suave somente tratam-se de variações do matiz róseo das típicas.
Se aceita a denominação “Fantasia” e “Splash” quando ocorrem pinceladas mais escuras nas pontas das pétalas e sépalas
Seu labelo pode-se apresentar com todas as combinações existentes nos multiformismos configuracional dos labelos da labiata.

Alba
 Para todo e qualquer efeito, todos os segmentos florais devem ser rigorosamente brancos, independente se a garganta (fauce) apresenta veia citrina ou áurea.


 

Amesiana
Flores quase brancas, marcadas por um leve sopro róseo. Às vezes tão imperceptível que não se mostra em foto. O labelo tem uma mancha muito tênue, de um róseo pálido, às vezes um sopro cárneo. A fauce pode ter veias citrinas ou áureas.


 Semialba
Obrigatoriamente pétalas e sépalas brancas. Labelo apresentando um disco central purpúreo, cárneo, solferino, ardósio, cerúleo, rubi ou ametistino. Por isso separam-se as variações de semialbas, segundo a coloração do labelo, escrevendo-se em masculino a variação:
·         Semialba ardósia
·         Semialba solferino
·         Semialba cárneo (antiga amoena)
·         Semialba rubi
·         Semialba Ametistino
·         Semialba tubular
·         Semialba cerúleo



Ametistina
As pétalas e sépalas são brancas ou podem apresentar um sopro extremamente tênue de rosa pálido. Marcante é a mancha longitudinal no labelo. Essa mancha tem uma característica em particular, a de apresentar dois veios purpúreos que sobem e adentram a fauce. Essa mancha tem colorido ametista.



Rubra
Nesta variedade o labelo é totalmente preenchido de um purpúreo muito escuro, por isso denominado de rubro. Duas características marcantes neste caso, uma que todo o labelo é rubro, inclusive a fauce e os lobos laterais. A segunda característica é que, nos demais segmentos florais mantêm uma tonalidade rubra, um pouco mais claro que o labelo, mas muito mais escuro que qualquer tipo, inclusive, em algumas rubras apresentam sopros de um púrpuro mais escuro nas bordas das pétalas.




Cerúlea










As pétalas e sépalas possuem um leve matiz róseo. O labelo apresenta uma pintura roxo violeta, violeta, ardósia ou da cor da ametista.

 ·      Ceruláceo ou Cerulescente
Procuramos nos termos da língua portuguesa a que mais se aplica ao significado para azulado. Sendo assim as duas palavras acima poderiam ser usadas, muito embora o Ceruláceo aparenta ser o mais aproximado para a ocasião. 
Ceruláceo: Aproveitando um sufixo nominal que indica semelhança e que é muito usado na terminologia botânica (violáceo, rosáceo, rubiáceo...).
Cerulescente, o mesmo sufixo que gerou “fluorescente”, por exemplo. Expressa as noções de estado, qualidade, relação. A propósito: o dicionário abona o termo criado com a adjução desse sufixo ao vocábulo “azul”, que vem do Latim medieval. No Michaelis encontramos: azulecente (abolindo o “S” que aparece em fluoreScente, fluoreScência).



Concolor







Todas as peças florais apresentam o mesmo tom. Independente desse tom, o importante é que não exista variação dentro da mesma planta. A fauce e a garganta pode ou não acompanhar o tom de toda a planta, ou ainda pode acompanhar o amarelo citrino, pois trata-se de fito-xantinas, presente nessa região de todas as labiatas.



Pérola 
Aparenta ser uma Semi Alba, mas com um leve toque de rosa extremamente claro, quase imperceptível nas pétalas e sépalas Isto empresta á flor um aspecto nacarado devido aos cristais iridescentes que formam o pigmento das flores.








domingo, 1 de abril de 2012


Cattleya labiata Lindley 1821

CLASSIFICAÇÃO CROMÁTICA DA FLOR E CONFIGURACIONAL DO MULTIFORMISMO DE SEU LABELO


Em dois mil e oito, estivemos reunidos na cidade de Rio Claro, todos os amigos interessados na classificação da Cattleya labiata com finalidade horticultural.
Essa foi a " Carta de Rio Claro"...

Aos vinte um dias do mês de junho de dois mil e oito, reuniram-se na cidade de Rio Claro de forma fraternal aqueles que decidiram que a Cattleya labiata Lindley deveria ter uma classificação cromática da flor e configuracional dos multiformismos de seu labelo, em âmbito nacional e de forma democrática, semear esse conhecimento a todos quantos queiram.

 “ Não é porque as coisas são difíceis que nós não ousamos;
é porque nós não ousamos que elas são difíceis.”

(Sêneca)

Nesta primeira  postagem começaremos como aprender a classificar somente o labelo.



CLASSIFICAÇÃO CONFIGURACIONAL DO MULTIFORMISMO LABELAR
(FLORES TÍPICAS E NAS VARIAÇÕES CROMÁTICAS).
A descrição deve ser escrita em minúsculo e masculino
Purpúreo:
Labelo presente na maioria das típicas. Apresenta uma grande área purpúrea ocupando geralmente o lobo central, até as margens dos lobos laterais. A intensidade do matiz pode variar, bem como o preenchimento.


Venoso estriado:
                                    Labelo que apresenta veias com ou sem estrias, que geralmente se iniciam no meio do lobo central espalhando-se em direções, alturas e comprimentos de forma aleatória.



Orlado:
Pode-se descrevê-lo quando a mancha do lobo frontal sobe pelos lobos laterais até aos lobos superiores do labelo. Pode ser mais ou menos grosseiro, e a parte que preenche o lobo central pode adentrar ou não na fauce e garganta.


Atro:
 “Atro” quer dizer escuro, negro, tenebroso e aziago. Com este nome se da o tingimento do lado externo do cone ou tubo do labelo, geralmente acompanhando o seu matiz purpúreo.

Íntegro:
Quando a mancha cobre todo o labelo, inclusive através da fauce,penetrando na garganta.



Lineado:
Ocorrem estrias escuras longitudinais finas como linhas, possuindo certa retidão e corpo delgado e delicado. Geralmente esta ao centro do labelo, distando da fauce e da comissura.





Marginado
Quando o bordo do labelo apresenta uma linha de tonalidade bem mais clara que o seu colorido, como se fosse um fino bordado que o destacasse.




Multiforme:
Onde se encontra ausência total de qualquer padrão configuracional conhecido. Fica em aberto um novo nome caso o novo padrão persista sistematicamente num determinado cultivar ou clone. 








sábado, 31 de março de 2012

Ola Pessoal.

Vamos começar com um pouco de história.

COMO SURGIU A PRIMEIRA ORQUÍDEA

HOAN-LAN


Na cidade de Anam na Indochina, existia uma jovem chamada Hoan-Lan, que se divertia com seus numerosos apaixonados, não lhes dando esperança.

 Um jovem chamado Kien-Fu confeccionou lindas peças de adornos, feitas de ouro e jade e presenteou a bela Anam. A ingrata, após adornar seu corpo com todos os presentes do nobre apaixonado, desprezou-o rindo-se dele. Kien-Fu, desesperado, acabou com a própria vida atirando-se ao Rio Vermelho.

O mesmo final teve o pintor Nguyen-Ba que pintou magnificamente um retrato de sua amada para poder presenteá-la. Esta, porém, depois de satisfeita sua vaidade, desprezou o artista que desapareceu para sempre no mistério das selvas.

 Mai-Da, outro apaixonado, dedicou todo seu amor à jovem, fabricando-lhe um perfume especial cujo aroma jamais fora sentido.  Final trágico não diferente dos outros, também lhe ocorreu, pois a ingrata perfumou-se e mandou pôr na rua o seu adorador que, nada mais aspirando na vida, se envenenou.

Cung-Le, também tomado de grande paixão adornou pulseiras de ébano com o mais puro nácar e entregou á sua amada. A mesma desprezando-o como o outro não lhe restou mais nada além de endoidecer.


Mas o poderoso Deus das Cinco Flechas, que a tudo via e tudo ordenava, julgou que era o momento de castigar tanta maldade, fazendo a jovem volúvel apaixonar-se pelo formoso Mun-Cay.


                                                                              
Passou então a jovem Hoan-Lan a sonhar todas as noites com sua paixão. Ao despertar, descia à piscina, banhava-se e adornava-se com suas jóias mais preciosas para ver passar seu querido Mun-Cay, que apenas se dignava a levantar os olhos para ela.  Este, nunca tinha considerado a formosa jovem como uma namorada, nem se interessado pela fama de beleza que tinha ardido à sua volta.

Os dias iam passando, e Mun-Cay não saía de sua indiferença cruel. Um dia, Hoan-Lan decidiu sair-lhe ao encontro e declarar-lhe paixão. Não me interessas, rapariga ! - disse ele. – Para mim tu ES como tantas outras, não vales nada. Se fosses como aquela que eu amo... Esta sim, é uma deusa. Tu, mísera Hoan-Lan, com toda tua vaidade, não serves nem para atar-lhe as fitas das sandálias.

Em meio de seu desespero, Hoan-Lan lembrou-se do Deus Todo Poderoso que vivia na montanha de Tan-Vien. Talvez ele pudesse lhe ajudar. Numa   noite escura e chuvosa, a jovem dirigiu-se ao monte sagrado, onde residia sua última esperança. A entrada do templo subterrâneo era guardada por um terrível dragão. Esta suplicando-lhe várias vezes a permissão de entrada  acabou por conseguir penetrar num extenso corredor, por entre serpentes horríveis que se enroscavam em seus pés descalços.
Quando chegou junto ao trono de ônix do poderoso gênio, prostrou-se e implorou:
Cura-me, que sofro horrorosamente de amor.. Amo Mun-Cay que me despreza.
É justo o castigo - respondeu o deus - Porque isso mesmo tem feito aos teus apaixonados.
Ó Todo Poderoso, tem dó de mim. Concede-me o amor de meu querido Mun-Cay. Sabes bem que não posso viver sem ele.
Vai-te daqui - rugiu o gênio - Nada conseguirás. O castigo que pesa sobre ti, foi imposto pelo Deus das Cinco Flechas, que tudo sabe. É justo que sofras

Muito entristecida, ao sair do templo  Hoan-Lan encontrou-se com uma bruxa de pés de cabra.

Formosa jovem - disse-lhe a bruxa - sei que és muito desgraçada. Queres vingar-se de Mun-Cay? Vende-me a tua alma e juro-te que, embora Mun-Cay não te ame, não amará a outra mulher.

Hoan-Lan, voltou à sua casa, que lhe parecia um cárcere. Saía para os bosques a distrair seu sofrimento, mas sempre em vão.  Um dia, vendo de longe seu adorado Mun-Cay, correu para ele e, quando se preparava para abraçá-lo, o jovem foi transformado numa árvore de ébano.

Neste momento apareceu a bruxa que, soltando uma gargalhada, lhe disse: -Assim como estás o teu amado não podera ser nunca de outra mulher.
Bruxa malvada, exclamou chorando a pobre Hoan-Lan - o que fizeste a meu amado ? Traga-me de volta o meu amado ou mate-me. Contratos são contratos - replicou a bruxa, rindo satanicamente. Cumpri o que prometi. Mun-Cay, embora nunca te ame, não amará a outra mulher. Prometi e cumpri. A tua alma agora me pertence. 

Hoan-Lan, abraçada ao pé da árvore, clamava desesperadamente a seu tronco imóvel.
Perdoa-me, Mun-Cay. Tem para mim uma só palavra de amor, de indulgência e compaixão. Não vês como me humilho aos teus pés, como te abraço, como sofro!
Mas a árvore nada respondia. A jovem ali ficou por muito, muito  tempo.
Uma manhã passou por ali um gênio que se compadeceu da sua dor. Acercando-se dela, pôs-lhe um dedo na testa e disse:
Mulher, procedeste muito mal. Foste volúvel até a crueldade e ingrata até a malvadez. Mas tua dor purificou a tua alma. Estás perdoada e vais deixar de sofrer.
Antes que a bruxa venha buscar a tua alma, vou transformar-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, uma flor esquisita e requintada, que dê a impressão do que foi a tua vida maldosa. Quem vir as tuas pétalas facilmente adivinhará o que foi o teu espírito, caprichoso, volúvel, cruel, e a tua preocupação constante pela elegância. Concedo-te um bem: não te separarás do bem que adoras e viverás sempre parasita do teu amado.

Assim falou o poderoso gênio. E, quando falava, a túnica rósea de Hoan-Lan ia empalidecendo e tornando-se de uma delicada cor lilás. Os olhos da jovem brilharam como pontos de ouro e as suas carnes tomaram a tonalidade do nácar. Os seus formosos braços enrolaram-se na árvore na derradeira súplica.
E assim apareceu a primeira orquídea do mundo, segundo a lenda do Anam.
(Muitas pessoas acreditem erroneamente que as orquídeas são parasitas, no entanto elas apenas usam o hospedeiro para fixar suas raízes).






































Ola pessoal. Bem vindo ao meu Blog.

Sou cultivador ha muitos anos da cattleya labiata.Juntamente com outros amigos estivemos nos últimos anos envolvidos com a classificação Morfo-Cromática com fins de cultivo e coleção.

Hoje , além de ter o estudo e o cultivo da Cattleya labiata como Hobby, vendo para colecionadores mudas de qualidade .

Pretendo também utilizar deste Blog para difundir o cultivo desta Orquídea e principalmente mostrar aos interessados o quão fácil é dedicar-se á esta bela espécie.

Até mais,

Ângelo Lo Re